sexta-feira, outubro 23

Obrigatório ouvir!!!



"Não há, aqui e agora, outro álbum que pareça fazer tanto sentido como este que os ingleses The xx acabam de lançar. Dois rapazes, duas raparigas e um golpe de génio - ou de sorte.

Uma progressão lógica, com princípio, meio e fim. É assim que gostamos de pensar a nossa vida. É assim que funciona a maior parte das canções. No caso dos ingleses The xx é isso que acontece. Mas com nuances: algures, pelo meio, deixamo-nos imergir, como se cada canção pudesse começar num ponto infinito antes do tempo e terminar num ponto infinito do futuro. As palavras ajudam, obsessivas, assinalando um lugar íntimo.

As canções de "xx", o soberbo álbum de estreia dos The xx, são simples. Mas é uma simplicidade que surge depois da complexidade. É uma naturalidade que surge depois de todo o entulho da casa ter sido enviado para o lixo. São gestos espontâneos que ficam depois de se ter compreendido o que está a mais. Fica o indispensável, as estruturas, o que suspende o caos.

Já o ouvimos as mais diversas vezes, mas convém repeti-lo num tempo em que o ornamento substitui a procura de novas concepções: as melhores ideias são quase sempre as mais simples. No caso da música, às vezes basta uma caixa de ritmos mecânica, um ligeiro balanço sonâmbulo, duas vozes lacónicas, um sopro melódico, uma guitarra trémula ou uma linha de baixo repetitiva..."

Por Vítor Belanciano em 11.09.2009 no Público


Há muito tempo que não ouvia um disco assim, é daqueles que apetece ouvir uma vez e mais uma e mais uma ou meia dúzia de vezes seguidas. É um disco cheio de silêncios nas entrelinhas, com simples linhas melódicas que vão directamente ao essencial...encher para quê??? Uma voz, uma melodia e está feita uma canção.

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