



(...) A noite de Natal tinha um céu claro e quase não havia vento. A lua, lá no alto, inundava o pátio de uma , luz intensa. Quando o médico chegou, Amina acabava de levar a última bandeja de copos para o vestíbulo. Sentou-se com um gin tónico na mão, olhou à volta e franziu o sobrolho.
- Sua mãe teve de suportar muito nesta casa - disse o médico. - É demasiado húmida e demasiado grande. Notou a aspereza da sua própria voz ao replicar:
- Continuou a viver aqui por sua vontade. Adorava-a. Não aceitaria viver em nenhum outro lugar. Entrou o pároco, ofegante e sorridente. Como era o seu primeiro inverno em Marrocos o médico pô-lo ao corrente do clima. Deixou os dois à conversa, foi à biblioteca e acendeu o lume da lareira preparada por Mohammed. Pediu a Amina para trazer mais velas e que as instalasse na sala, pois sabia que seria ali que os convidados se reuniriam. Os outros quartos tinham muito poucos móveis. (...)
Paul Bowles
(1910-1999)
(in «A Missa do Galo», tradução de José Agostinho Baptista)
2 comentários:
:)
idem em saudosismos
Fugas...
em escadas.
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